A Wine de Outubro destacou-se por conteúdos de dimensão acima da média. Um deles mereceu destaque de capa: a francesinha. Não sou especial apreciador do petisco, mas o roteiro e as histórias da peça foram muito interessantes de acompanhar. Curioso o destaque para um blogue de vinhos nacional, o primeiro desde que compro a revista, que também mereceu atenção especial na blogosfera: copo de salto alto. Parabéns à Carla Reis e aos bloggers de vinhos, que aos poucos ganham espaço neste pequeno mundo e já aparecem em eventos e imprensa profissionais.
Em mais uma edição interessante destacaram-se:
- Aprenda com o Master, desta vez, João Pires leva-nos até à Eslovénia e à Croácia. Muito interessante;
- Vindimas com Pedro Batista, em plena época alta, o enólogo reponsável por vinhos como Pèra Manca, Cartuxa ou Poliphonia permitiu a companhia da revista e uma bela reportagem;
- Malhadinha, projecto global de produção e enoturismo, em Albernoa, num Alentejo com muita água, cresce e afirma-se cada ano que passa.
Sugestões de compra: 6.
A Wine de Maio chegou às minhas mãos em Junho. Nada problemático, claro, apenas se destacou pela evolução nos últimos 2 anos. Quando comecei a ler esta revista encontrava-a antes da congére de Vinhos, posteriormente começou a aparecer depois e desta vez “saltou” o mês. Mera curiosidade numa edição muito boa, que destacou o Peixe em Lisboa e os chefes que por lá passaram. Como apreciador de peixe tenho particular prazer em verificar o sucesso do evento e a notoriedade que o “nosso” peixe (na verdade, o peixe pescado nas nossas águas territoriais) tem a nível internacional. Para mim, a grande peça da revista foi sobre Bordéus, devido à minha falta de conhecimento sobre a região, colmatada com informação bastante útil e reveladora da sua realidade. Por exemplo, sabem qual o peso dos Grand Cru na região? Aqueles que vendem a preços exorbitantes? E o preço médio, no produtor, uma garrafa de vinho da região? Os menos conhecedores poderão ficar surpreendidos.
Mas não foi a única a merecer destaque, em mais uma edição muito boa:
- Restaurantes, despertou-me curiosidade pelo JazzCome;
- Casta, Cabernet Sauvignon;
- Macau, uma passagem muito interessante pela nossa ex-colónia, a mostrar o panorama gastronómico actual e a sublinhar que os vestígios da nossa passagem estão bem presentes e para ficar;
- Billecart Salmon, nos relatos destas invejáveis visitas não são as provas o mais importante. É mesmo o posicionamento, a visão e os métodos de vinificação que trazem real valor acrescentado a quem lê. Também se destacou a boa escrita de Fátima Iken.
Vinhos anotados para possível compra: 3.
A edição de Abril da Wine foi diferente do habitual. Admito que associado ao evento Rota das Estrelas que ocorreu no Funchal, a Madeira foi objecto de um destaque especial. Tivemos peças sobre diversos pontos fortes da ilha e como resultado final um conjunto de informações de alto interesse. Muito bem.
No cômputo geral, sentimos a Wine de regresso a edições de alto gabarito, foi um óptimo número.
A destacar:
- Casta, Cerceal Branco;
- Harmonizações, o regresso deste segmento, com uma perspectiva diferente: harmonizar castas;
- Vinho da Madeira, no especial não poderia faltar o vinho da Madeira, tal como não poderia deixar de ser destacado. Rui Falcão fez um belo artigo de abrangência global, da vinha à prova;
- Marquês de Borba Reserva, uma vertical de uma marca de referência, a mostrar-se em grande forma desde 1997;
- Banana da Madeira, destaque para uma peça muito informativa sobre um produto nacional importante.
Mais 9 vinhos se juntaram à lista de possíveis compras.
Em Março, tivemos uma Wine de leitura leve e agradável, com algumas histórias e uma peça mais desenvolvida sobre os vinhos da Nova Zelândia. Sacrificou o peso de um dos seus pontos fortes, os artigos de opinião, este mês limitado a José Penin, Luís Costa e Miguel Júdice. Luís Costa destacou o espumante Casa do Valle Grande Reserva Bruto 2003 como a revelação da EV 2011. Curiosamente, também o provei na Essência do Vinho, gostei muito e transmiti ao produtor a mesma opinião de um pvp bem competitivo.
Os destaques desta edição são:
- Casta, Tinta Francisca;
- Catering, os bastidores do serviço de catering de um casamento. Um destaque interessante a uma realidade com tendência a ficar longe dos holofotes;
- Nova Zelândia, bela peça sobre 6 produtores de referência, sem esquecer a história e as especificidades das regiões. Muito bom;
- Top 10, escolher os melhores nunca é absoluto e o melhor para uns não é o melhor para outros. Os 10 escolhidos pelo júri da Essência de Vinho, no entanto, não deixam de representar uma amostra do que temos de melhor em Portugal.
Quanto a sugestões de compra, mais 7 vinhos se juntaram à lista.
Na Wine de Fevereiro aparecem as primeiras peças com carimbo Brasil, com Salvador da Bahia como base. Consequências naturais da “exportação”. De resto, voltamos a ter uma edição pragmática e objectiva, focada nos seus pontos fortes. Diminuiu o número de páginas, mas, como se diz de alguns vinhos, ganha em concentração, ou seja, qualidade por cm2. Assim, torna-se bem mais coesa, uma boa opção.
Em termos de conteúdos preferidos tivemos::
- Casta, Tinta Carvalha;
- Vinhos do Canadá, conhecido pelo Ice Wine, este país tão frio e a norte regista um crescimento de realçar na produção de vinhos. Uma novidade;
- Ruinart, uma reportagem em França, nas caves da Ruinart. É preciso dizer mais?
- Vertical Pintas, começou em 2001 e a Wine provou-os todos. Resultado: entre 17 e 19. Portugal e Douro, grandes vinhos (não só Douro, mas neste caso sim).
Boa safra, com 11 sugestões de compra anotadas.
As edições de início de ano têm um atractivo muito especial: o balanço do ano anterior e a divulgação dos melhores. A Wine fê-lo logo em Janeiro, portanto, temos muitos motivos de interesse para passar os olhos nesta edição. Não vou comentar as escolhas, não tenho conhecimentos para tal; mas também não surpreendem, com um madeira no topo do pódio, acompanhado por muito Porto e Douro, algum Alentejo e ainda espaço para Lisboa e Verdes (2 Soalheiro). Como se não chegasse, as provas do mês ultrapassam as 100 e a excelência não faltou. É uma edição indispensável para quem gosta de recolher sugestões da área impressa dos especialistas na matéria. Os melhores não se ficam pelos vinhos, também se estendem a outros protagonistas do mundo dos vinhos e da gastronomia (certamente escolhas acertadas, face ao que de bom se faz em Portugal nestas áreas). Assim, a revista fugiu-me das mão com rapidez, dado o espaço exíguo disponível para as restantes peças. Resta, então, destacar os outros componentes que me despertaram maior interesse:
- Casta, Diagalves;
- Boerl & Kroff, a exclusividade da casa que produziu o champanhe preferido de Charles de Gaulle e que lança o B, espécie de entrada de gama, com um preço indicativo de €230,00. Champanhes a custar €4.550,00? É mesmo aqui;
- Bolinhol de Vizela, há artigos assim, simplesmente surpreendentes.
É claro que foi uma torrente de vinhos anotados para possível compra: 18.
Quando terminei a leitura desta edição da Wine fiquei deveras pensativo. Estava perante um número atípico, com menos conteúdos sobre vinho do que o habitual e um peso superior da componente gastronómica. De facto, esta situação levanta questões: Coincidência? Custos? Alteração de posicionamento? Era a edição de Dezembro, época em que o vinho tem protagonismo reforçado nas preocupações das pessoas (até o grão de areia que é este humilde espaço teve record de visitas entre 22 e 24 Dezembro...), pelo que estranhei. Bem, a confirmar nas próximas edições. Este aspecto não prejudicou a boa qualidade da revista, que manteve os seu bons colunistas e conteúdos habituais. A reportagem sobre o Oporto Wine Tourism Forum foi componente central, com vários convidados de créditos firmados e conteúdos críticos sobre um complemento cada vez mais importante da produção pura de vinho. Uma reportagem com dimensão ponderada e com contenção adequada na descrição dos conteúdos principais. Houve ainda vários outros componentes da revista que me agradaram em especial:
- Castas, Borraçal;
- Harmonizações, em Dezembro, só poderia ser um artigo sobre harmonizações com diversas formas de cozinhar bacalhau (as minhas ceias foram com Encruzado e Alvarinho);
- Burmester Colheitas, começa a ser repetitivo, mas estas verticais de generosos fazem-me sonhar (ok, roer de inveja também...).
Para lista de compras foram mais 10 sugestões, quase todas com relação preço/classificação muito boa.
Mais um olhar sobre a realidade dos vinhos neste rectângulo e ilhas, desta vez através da Wine. Leitura leve e agradável, que permite que olhos e dedos deslizem pelas suas páginas de forma descontraída, mas também interessada. E assim foi a edição 63 da Wine, descontraída e interessante. Nesta revista destacam-se alguns colunistas, que, pela sua capacidade de materializar os seus conhecimentos e experiências na forma escrita, aportam um contributo de assinalar. Por outro lado, começa a destacar-se como menos positivo as reportagens exaustivas de eventos produzidos pela Essência do Vinho, desta vez Essência do Gourmet entre as páginas 74 e 99... só vi as fotos.
Houve, também, momentos de particular interesse:
- Castas, Marufo;
- Aprenda com o Master, João Pires fala-nos do Sherry produzido na Andaluzia, onde a casta Palomino brilha e cuja fermentação é famosa pela formação de...Para saber mais, há que Investigar na Wine e aprender directamente do Master;
- H. Blin, Champanhe low cost, está tudo dito:
- Provas inesquecíveis, 200 anos de Blandy's e Antónia Adelaide Ferreira só poderiam originar algo deste tipo. Para quem lá esteve...
- Luís Pato Vinha Formal, uma referência do vinho em Portugal, que faz com Bical um branco personalizado. Uma prova vertical bem interessante.
No final, mais 7 vinhos seguiram para a lista de compras.