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Elegance, finesse, with pepper, coffee, nuts and toasted notes. Light bodied, fresh, low tannins and long finish. It's all about pleasure and class. Loved it. I like this mashed potato with alheira paired with older reds. Perfect.
Adoro estes vinhos que vencem a batalha do tempo. Quando chegam a nós em boas condições oferecem-nos momentos de puro prazer. Neste caso, tudo é elegante, fino, sedutor. O aroma já não tem muita intensidade, mas a complexidade de frutos secos, café e especiarias (entre outros) são um encanto. Na boca, o corpo é delgado, os taninos residuais, mas está polido, sedoso, com frescura a dar-lhe vida. Termina longo. Acompanhou um empadão de alheira, prato que gosto com estes vinho evoluídos, dada a moderação de intensidade de sabores e a textura cremosa.
A refeição seria um bacalhau no forno. Um prato rico, portanto, uma oportunidade para um branco mais potente, maior complexidade e textura. Este Campolargo estava na garrafeira a descansar um pouco e enquadrava-se no perfil. Avançou e muito bem. A cor mostrava um amarelo carregado, o que fez temer pelo estado do vinho. No nariz, boa intensidade aromática e a complexidade esperada: fruta madura, parafina, frutos secos e panificação. Na boca, mostrou-se encorpado, alguma cremosidade e excelente frescura. Terminou bem longo e persistente. O vinho estava mais evoluído do que esperava, mas num ótimo ponto de degustação.
A harmonização correspondeu. Perfeita harmonia na boca entre comida e vinho, mesmo a excelente acidez encaixou muito bem no prato. Mais um belo momento.
Um picnic familiar na praia fluvial de Campia (Porto de Várzea) proporcionou a prova de um grande clássico dos espumantes tintos. O almoço incluiu um pouco de leitão e o bar local tinha este espumante disponível, portanto, foi feliz companhia para os pedaços do pequeno porco.
O espumante apresentava uma cor rubi bem concentrada, no nariz um perfume frutado e floral surpreendeu-me, bem frasco e elegante na boca, bolha fina, e final médio. Estava a aguardar que características de Baga dominassem o perfil, no entanto, acabei inclinado para a Touriga Nacional. Não sei que castas tem, pode nem ter TN, mas foi o que me fez lembrar...No global, foi um espumante que deu bastante prazer beber, bela companhia de improviso num momento familiar.
O repasto iria ser um bacalhau no forno. Achei que era a oportunidade de pegar num branco mais complexo e cremoso. Complexo pela riqueza de sabores do assado e cremoso pelas texturas, dada a consistência do bacalhau. Pensei em Alentejo e na cave estava o Esporão reserva branco de 2011, que me pareceu encaixar no perfil.
O que não falta é surpresas no mundo do vinho e desta vez aconteceu meia. O vinho estava em grande forma, como era de esperar de uma das melhores opções para o preço, o que não esperava é que estivesse como novo. Aromas a fruta tropical, coco e fumado de barrica; na boca, acidez vincada, corpo médio, frescura lá para cima. Bom final. Resultado, o vinho estava demasiado jovem, com acidez muito potente para o meu objetivo. Após aquecer um bom bocado aproximou-se do perfil pretendido e harmonizou bem. Mas fiquei impressionado com a juventude deste vinho, é uma das desgustações 2016 mais difíceis de esquecer. Grande vinho, ainda muito tempo pela frente.
Estava programado um almoço no Restaurante da Herdade das Servas, que seria bacalhau à Servas: bacalhau frito com cebolada. Estamos perante um prato com bastante gordura, portanto, procurei um vinho fresco e estruturado. Dentro dos vinhos do produtor, a opção foi pelo Touriga Nacional. E correu muito bem.
Gostei imenso do vinho e não é preciso dizer muito para o suportar. O aroma mostrava de forma muito límpida o floral da casta, na boca equilíbrio perfeito, taninos presentes, mas redondos, bem envolvidos no corpo, final médio. Foi um momento muito bom, com um vinho que mostra muito bem a Touriga Nacional no Alentejo e uma harmonização com sucesso, já que vinho limpava o palato de toda a gordura do prato.
Um prato que me aparece com muita frequência ao fim de semana é feijoada, neste caso, versão Tripas à Moda do Porto. Normalmente acompanho com vinho rosado com algum corpo, porque gosto da ligação de texturas. Mas a ideia não é ficar agarrado às mesmas harmonizações quando há tantas alternativas para testar. Esta opção era mais ou menos fácil de chegar, porque um branco mais elaborado com alguns anos acaba por suavizar um pouco a frescura da acidez e a textura mostra-se mais. Este Maria de Lourdes 2010 estava lá por casa e correspondia ao perfil, portanto, a rolha saltou e avançou-se com a harmonização.
O vinho estava em belíssima forma. Além de aroma ainda frutado, mas já com mais fruta branca do que tropical, com a ligeira mineralidade do Douro, a frescura na boca mantinha-se presente e equilibrava muito bem a textura mais cremosa do corpo. Termina longo, elegante, guloso, encantador.
A harmonização correspondeu positivamente. A ligação de texturas funcionou da mesma forma e quando a temperatura subiu um pouco ficou perfeita. Se o vinho estiver demasiado frio, o conjunto vinho e comida acaba por realçar a acidez e perde um pouco a elegância.
O almoço seria coelho panado, o que convidava a escolher um tinto. Estamos perante uma carne com sabor pouco forte, pouco marcado, portanto, tanto poderia pensar num tinto mais poderoso como noutro mais suave. O Crasto 2010 estava há 2/3 anos na cave para polir um pouco, suavizar a acidez e os taninos. Não sendo um vinho de guarda longa, decidi abrir. A cor mostrou um rubi perfeito, bem definido; no nariz encontrei o perfil frutado e floral característico do Douro, numa versão mais madura, mas ainda limpa. Na boca, corpo médio, taninos finos, bem envolvidos, toque de frescura, mas com a acidez já domada. Bom final, agradável, persistente. Ainda poderia ter ficado mais um ano ou dois para o ponto ótimo, mas estava num belo momento e deu muito prazer. Gostei bastante, foi boa opção esperar uns tempos. Para o meu gosto, claro.
A harmonização foi a esperada, boa ligação, sem sobreposições. No entanto, mesmo com o tempo de descanso, a acidez ainda ficava em destaque no final. Nada que comprometesse o sucesso. Foi mais uma refeição muito agradável em família.
Este vinho foi um achado. Estava estacionado na prateleira da Garrafeira Vinho e Prazeres quando decidi pegar nele. Que boa decisão. Um vinho não filtrado, que se mostra totalmente polido, com o lado frutado e floral que tantas vezes encontramos no Vinho do Porto. Um encanto, em especial para quem gosta de vinho mais evoluídos, quando chegam ao ponto de complexidade, polimento nos taninos, integração na acidez, ou seja, elegância, finesse, sedução, encanto. Eu adoro este perfil. E foi assim que tratei de açambarcar as garrafas que ainda lá estavam, até que, com esta, cheguei ao fim do stock.
A harmonização foi com uma arroz de carnes, que, em experiências anteriores, mostrou a melhor liação com este perfil. Assim, repetiu-se a ligação e o respetivo sucesso. Não há dúvida que quando vinho e comida "encaixam" na boca, o prazer de uma refeição sai muito, muito reforçado.
Uma prova com uma história. O almoço de um destes domingos foi em família, como tantos outros, mas com um objetivo bem específico: falar um pouco de desenvolvimento pessoal, em particular de um conceito de Robin Sharma, Hoy Hour. Ou seja, pretendia-se falar deste conceito, o que foi o pretexto perfeito para se organizar um almoço. O anfitrião anunciou uma feijoada (de feijão branco) portanto, tratei de preparar um rosé, a minha harmonização preferida no momento. Das várias experiências, o rosado da Quinta do Sagrado foi uma das melhores, portanto, repeti. Cor rosa, aromas com alguma complexidade, em que uma ligeira especiaria aparece a dar um caráter diferente. Na boca fresco, claro, corpo médio e textura com alguma untuosidade. Final fresco e elegante.
Gosto da ligação de alguns rosados com este prato pela ligação de texturas. Um rosado mais alcoólico, encorpado, mostra uma untuosidade que liga muito bem com o feijão e o molho. Se a acidez estiver domada, a harmonia fica ainda melhor, ou seja, quando o conjunto realça a acidez, a harmonização não é tão feliz. Estou a escrever e a lembrar-me de um ou 2 brancos que tenho em casa que também podem funcionar muito bem. Os 14º deste Sagrado e uma temperatura correta (não demasiado fresca) são, certamente, fatores importantes no sucesso.
Almoço de sábado com coelho e dia de calor. Repetiu-se o perfil da semana anterior, ou seja, um verde tinto. Tinto para carne rica do coelho e verde pela sua frescura e vantagem de o podermos refrescar.
O tinto Aguião é um varietal da mais utilizada casta tinta na região: vinhão (no Douro é conhecida por sousão) e um dos mais reconhecidos e aclamados verdes tintos. A verdade é que quando o bebemos sentimos alguma diferença face à grande maioria dos seus pares. Os aromas são os da casta, mas, além das notas de lagar, não se mostrou muito frutado, mas mais complexo e com alguma especiaria a espreitar. Corpo médio, mas bem estruturado, com taninos bem presentes e muito ligeira aresta. O seu ponto forte é o equilíbrio ácido. É super fresco na boca, mas a acidez está envolvida com os restantes componentes, não sobressai, é mais um elemento do conjunto. Final elegante, equilibrado, prazeroso. Muito bom, gostei muito.
A harmonização foi impecável. Uma convivência harmoniosa entre vinho e comida na boca, sem preponderância de um ou outro até ao final. Equilíbrio e sabor = prazer. Belo momento de degustação.
Anunciava-se um jantar de família com arroz de pato. Este prato não tem sabor muito forte e tanto a textura da carne como a do arroz cozinhado na calda do pato é mole. A minha preferência atual vai para uma harmonização com vinhos tintos velhos/evoluídos. Dado ser dia de semana, não tinha tempo para preparar um vinho desse perfil, portanto, recorri ao que estava mais à mão e este 2008 era a melhor opção disponível (saiu há uns meses com a Revista de Vinhos).
Gostei muito do vinho, com fruta bem definida no aroma e boca com sensação de volume e taninos bem finos e integrados. Saboroso, ligeiro docinho, muito agradável na boca, ficamos com o palato a pedir mais. No final ainda temos um pouco de acidez a mostrar-se. Muito bom.
Em termos de harmonização cumpriu. Ligou bem na boca, mas no final (retronasal) a acidez saía realçada (por vezes fazia aquela subida ao nariz...), que impediu sucesso total. Mais uma vez, a ideia de um tinto mais velho ficou reforçada. Mas ainda vou experimentar com um branco encorpado e com alguns anos, tenho a impressão de que também vai correr bem.
Era um dia especial, festa de aniversário. Tive o privilégio de chegar, sentar e degustar, em articulação com o anfitrião e parceiro enófilo. Para o leitão, preferência da aniversariante, o espumante é companhia tradicional, desta vez na versão tinta.
O eleito foi o espumante tinto de Sidónio de Sousa, produtor bairradina, terra de grandes espumantes e não menos famosos leitões. Um varietal de Baga mostra rapidamente as suas características. Temos cor rubi muito concentrada, já com ligeiro alaranjado, aromas ainda com fruta, mas com o lado especiado e terroso a mostrar-se. Mousse na boca, frescura, equiíbrio, sabor, tudo bem. Em boa forma, gostei muito.
A harmonização é um clássico, para a gordura do leitão escolhe-se a acidez do espumante. Há clássicos aos quais não precisamos de acrescentar nada.
Plainas é um vinho produzido em Atei, Modim de Basto, na região dos vinhos verdes, mas bem ao lado do alvão, ou seja, na fronteria com Trás os Montes. Bebi a edição mais recente do seu tinto e foi um ótimo momento de degustação. O vinho mostra as características habituais da região e da casta. Aroma com boa intensidade, perfil vegetal e com notas de lagar no início, mas, com o arejamento, mostrou o seu lado mais frutado. Na boca a intensidade dá-lhe sensação de volume, mostra estrutura constituída por taninos finos e redondos, bem como uma ótima frescura em equilíbrio ácido perfeito. Termina médio e muito prazeroso. Fiquei com duas sensações bem fortes após a prova. Primeiro, temos tintos dos Vinhos Verdes que devem ser abordados da mesma forma que os tintos das outras regiões (despir preconceitos); segundo, o equilíbrio que encontrei entre acidez e taninos fez-me pensar em potencial de evolução e fiquei muito curioso sobre como estará este vinho daqui a 2 e 4 anos.
A harmonização seria com uma carne estufada e terminada no forno, portanto, um tinto seria o ideal. Como decorre o mês de agosto e uns dias de calor, bem como o trimestre de verdes e espumantes, lembrei-me de tentar um verde tinto. E foi um sucesso. O vinho tinha intensidade e estrutura para a carne, portanto, harmonizou como outro tinto de gama média. Acresce a vantagem de o bebermos refrescado, portanto, não temos a sensação de peso que alguns tintos provocam no verão.
Quem gosta de tintos e sente que o calor retira algum prazer cá está a alternativa: tintos da região dos vinhos verdes. Mais leves, frescos e com todo o potencial gastronómico.
O almoço seria coelho, carne que normalmente aproveito para ligar com tintos mais encorpados e taninosos. No entanto, estou no trimestre de verdes e espumantes, portanto, lembrei-me do espumante tinto extra bruto da Casa Senhorial do Requengo que estava a aguardar o momento certo para ser comprado. É um dos melhores produtores de espumantes na região dos Vinhos Verdes e este tinto um ex-libris da casa (cerca de €12,50, na Garrafeira Vinho e Prazeres).
Revelou-se um belo espumante. A cor era rubi muito concentrada, opaca, a remeter-nos de imediato para a casta vinhão, rainha dos tintos da região. O nariz mostrou-se mais contido, mas na boca o vinho mostrou toda a sua qualidade. Sensação de volume, cremosidade e uma acidez em equilíbrio perfeito, que conferiu uma frescura exemplar. Muito bom, gostei muito, a reforçar o meu gosto crescente por espumantes tintos. São uma opção gastronómica muito interessante, pela versatilidade, alguma consensualidade entre as pessoas com quem partilho estes momentos e efeito de leveza no estômago que o espumante consegue.
A harmonização foi muito boa, com destaque para a boa ligação entre a cremosidade do espumante e a suavidade da carne do coelho. Já ao nível de sabores o vinho estava um pouco mais forte do que o prato. Globalmente foi muito bem conseguida, os espumante são de uma versatilidade (repito...) magnífica.
Almoço de família ao fim de semana é oportunidade para provar algo novo e praticar as harmonizações. Nada de muito complicado, umas costelinhas de take away grelhadas em forno elétrico. Embora a carne de porco possa sair um algo seca, a parte da costela tem um pouco mais de gordura; por outro lado, são bocados pequenos que comemos aos poucos. Assim, pensei num perfil de tinto fresco e não muito encorpado. A primeira opção foi verde tinto, mas não tinha nenhum em casa nem tempo para comprar e refrescar. O que estava em casa era este Gradil Reserva 2010, que saiu com a Revista de Vinhos de julho. A região de Lisboa apresenta, sem dúvida, frescura e os tintos que conheço não são pesados. Sendo assim, avançou.
Cor muito intensa, determinada pela presença de castas tintureiras como Syrah e Alicante Bouschet certamente, aromas dominados por um perfil mais torrado e fruta preta. Boa frescura equilibrada na boca, corpo médio, taninos finos e com final médio e persistência via acidez. Gostei.
A harmonização foi um sucesso, já que vinho e comida conviveram muito bem na boca. Apenas no final a acidez marcou um pouco. Mas num vinho jovem...