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Nas refeições do fim de semana, a presença de um vinho de sobremesa é da praxe. O último que provei foi este Taylor's 10 anos (categoria especial da família Tawny), muito bem acompanhado por umas amêndoas. Estamos perante uma das mais reconhecidas casas de Vinho do Porto, com alguns Vintages pontuados com 100 pontos.
A gama 10 anos mostra-se muito interessante, porque estamos em preços razoáveis e já temos uma boa amostra do perfil de um tawny. Esta é a versão engarrafada em 2015 e mostrou bastante elegância. Nos aromas, o caramelo é dominante, mas acompanhado por notas de frutos secos. A boca é bem fresca, com textura cremosa e corpo mediano. Termina médio e elegante. Um vinho muito apelativo, agradável e que proporciona bastante prazer na prova. Gostei muito.
Comprei este vinho numa promoção de um hipermercado. Aquelas maluquices de x%: neste caso, custaria €9,90, preço de promoção €3,99. Como anunciava estágio em madeira e castas Alicante Bouschet, Touriga Nacional e Touriga Franca pareceu-me que €4,00 seria uma boa opção para um vinho de segmento médio/alto.
Com a presença de castas atualmente muito utilizadas na região (Alicante Bouschet e Touriga Nacional), não estava à espera de grandes surpresas, mas estava enganado. Este vinho surpreendeu-me.
Na degustação, o nariz começou por mostrar os frutos vermelhos e, em segundo plano, alguma especiaria. Na boca: boa frescura, corpo médio e taninos bem envolvidos, com presença que se notava mas muito amigável. O tempo de arejamento fez o seu trabalho e o perfil começa a mudar, uma fruta mais fresca começa a aparecer e sinto alguma alternância entre aromas. A certa altura pensei em Vinho do Porto, primeiro no nariz e depois confirmado na boca. Estava a beber um vinho Alentejano que me fazia lembrar Vinho do Porto. Não digo Douro, mas sim Porto. Fiquei baralhado, surpreendido, enfim, foi uma novidade. Mostrou estar ainda em integração, mas a qualidade das uvas e da vinificação permitiam distinguir momentos com predomínio das Tourigas e momentos mais marcados pelo Alicante Bouschet.
Bom, é preciso tirar teimas, portanto, comprei outra garrafa e vai descansar 5 anos para vermos como evoluirá o vinho. Sem dúvida, o vinho é muito bom, muito agradável na bebida e boa companhia à mesa. Gostei, mesmo que a memória mais forte seja a surpresa acima referida.
No trimestre do Alentejo 2016 passou pela mesa este tinto de 2012. Foi elaborado pelo produtor com o mesmo nome e enologia de Susana Estéban, da zona de Montargil. Identifica algumas das castas mais utilizadas atualmente na região: Touriga Nacional, Syrah e Alicante Bouschet. O preço fica abaixo dos €10,00.
Gostei muito do vinho, que me despertou uma sensação interessante. Enquanto acompanhava mais um belo almoço de domingo, a minha atenção focou na frescura e na presença notória de taninos (muito amigáveis) E lá refletia que não se enquadrava no perfil mais tradicional Alentejano - maduro, concentrado, muito redondo - quando olhei para o mapa confirmei que Montargil fica na zona Norte do Alentejo (Ponte de Sôr) e, note-se, a norte de Lisboa. De facto, o vinho mostrava características (aromas, presença de boca, etc...) que encontramos muito facilmente na região do Tejo, o que não é de admirar, face à localização geográfica.
Mais do que o lado muito agradável do vinho, foi um momento em que comecei a olhar para o Alentejo de outra forma, mais sensível à geografia e aos diferentes Alentejos que esta região em mudança tem para nos dar a conhecer.