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Uma prova com uma história. O almoço de um destes domingos foi em família, como tantos outros, mas com um objetivo bem específico: falar um pouco de desenvolvimento pessoal, em particular de um conceito de Robin Sharma, Hoy Hour. Ou seja, pretendia-se falar deste conceito, o que foi o pretexto perfeito para se organizar um almoço. O anfitrião anunciou uma feijoada (de feijão branco) portanto, tratei de preparar um rosé, a minha harmonização preferida no momento. Das várias experiências, o rosado da Quinta do Sagrado foi uma das melhores, portanto, repeti. Cor rosa, aromas com alguma complexidade, em que uma ligeira especiaria aparece a dar um caráter diferente. Na boca fresco, claro, corpo médio e textura com alguma untuosidade. Final fresco e elegante.
Gosto da ligação de alguns rosados com este prato pela ligação de texturas. Um rosado mais alcoólico, encorpado, mostra uma untuosidade que liga muito bem com o feijão e o molho. Se a acidez estiver domada, a harmonia fica ainda melhor, ou seja, quando o conjunto realça a acidez, a harmonização não é tão feliz. Estou a escrever e a lembrar-me de um ou 2 brancos que tenho em casa que também podem funcionar muito bem. Os 14º deste Sagrado e uma temperatura correta (não demasiado fresca) são, certamente, fatores importantes no sucesso.
Almoço de sábado com coelho e dia de calor. Repetiu-se o perfil da semana anterior, ou seja, um verde tinto. Tinto para carne rica do coelho e verde pela sua frescura e vantagem de o podermos refrescar.
O tinto Aguião é um varietal da mais utilizada casta tinta na região: vinhão (no Douro é conhecida por sousão) e um dos mais reconhecidos e aclamados verdes tintos. A verdade é que quando o bebemos sentimos alguma diferença face à grande maioria dos seus pares. Os aromas são os da casta, mas, além das notas de lagar, não se mostrou muito frutado, mas mais complexo e com alguma especiaria a espreitar. Corpo médio, mas bem estruturado, com taninos bem presentes e muito ligeira aresta. O seu ponto forte é o equilíbrio ácido. É super fresco na boca, mas a acidez está envolvida com os restantes componentes, não sobressai, é mais um elemento do conjunto. Final elegante, equilibrado, prazeroso. Muito bom, gostei muito.
A harmonização foi impecável. Uma convivência harmoniosa entre vinho e comida na boca, sem preponderância de um ou outro até ao final. Equilíbrio e sabor = prazer. Belo momento de degustação.
Anunciava-se um jantar de família com arroz de pato. Este prato não tem sabor muito forte e tanto a textura da carne como a do arroz cozinhado na calda do pato é mole. A minha preferência atual vai para uma harmonização com vinhos tintos velhos/evoluídos. Dado ser dia de semana, não tinha tempo para preparar um vinho desse perfil, portanto, recorri ao que estava mais à mão e este 2008 era a melhor opção disponível (saiu há uns meses com a Revista de Vinhos).
Gostei muito do vinho, com fruta bem definida no aroma e boca com sensação de volume e taninos bem finos e integrados. Saboroso, ligeiro docinho, muito agradável na boca, ficamos com o palato a pedir mais. No final ainda temos um pouco de acidez a mostrar-se. Muito bom.
Em termos de harmonização cumpriu. Ligou bem na boca, mas no final (retronasal) a acidez saía realçada (por vezes fazia aquela subida ao nariz...), que impediu sucesso total. Mais uma vez, a ideia de um tinto mais velho ficou reforçada. Mas ainda vou experimentar com um branco encorpado e com alguns anos, tenho a impressão de que também vai correr bem.
Era um dia especial, festa de aniversário. Tive o privilégio de chegar, sentar e degustar, em articulação com o anfitrião e parceiro enófilo. Para o leitão, preferência da aniversariante, o espumante é companhia tradicional, desta vez na versão tinta.
O eleito foi o espumante tinto de Sidónio de Sousa, produtor bairradina, terra de grandes espumantes e não menos famosos leitões. Um varietal de Baga mostra rapidamente as suas características. Temos cor rubi muito concentrada, já com ligeiro alaranjado, aromas ainda com fruta, mas com o lado especiado e terroso a mostrar-se. Mousse na boca, frescura, equiíbrio, sabor, tudo bem. Em boa forma, gostei muito.
A harmonização é um clássico, para a gordura do leitão escolhe-se a acidez do espumante. Há clássicos aos quais não precisamos de acrescentar nada.
Plainas é um vinho produzido em Atei, Modim de Basto, na região dos vinhos verdes, mas bem ao lado do alvão, ou seja, na fronteria com Trás os Montes. Bebi a edição mais recente do seu tinto e foi um ótimo momento de degustação. O vinho mostra as características habituais da região e da casta. Aroma com boa intensidade, perfil vegetal e com notas de lagar no início, mas, com o arejamento, mostrou o seu lado mais frutado. Na boca a intensidade dá-lhe sensação de volume, mostra estrutura constituída por taninos finos e redondos, bem como uma ótima frescura em equilíbrio ácido perfeito. Termina médio e muito prazeroso. Fiquei com duas sensações bem fortes após a prova. Primeiro, temos tintos dos Vinhos Verdes que devem ser abordados da mesma forma que os tintos das outras regiões (despir preconceitos); segundo, o equilíbrio que encontrei entre acidez e taninos fez-me pensar em potencial de evolução e fiquei muito curioso sobre como estará este vinho daqui a 2 e 4 anos.
A harmonização seria com uma carne estufada e terminada no forno, portanto, um tinto seria o ideal. Como decorre o mês de agosto e uns dias de calor, bem como o trimestre de verdes e espumantes, lembrei-me de tentar um verde tinto. E foi um sucesso. O vinho tinha intensidade e estrutura para a carne, portanto, harmonizou como outro tinto de gama média. Acresce a vantagem de o bebermos refrescado, portanto, não temos a sensação de peso que alguns tintos provocam no verão.
Quem gosta de tintos e sente que o calor retira algum prazer cá está a alternativa: tintos da região dos vinhos verdes. Mais leves, frescos e com todo o potencial gastronómico.