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Posso iniciar por um enorme elogio ao livro: é possível falar sobre ele apenas numa frase e dizer tudo. Isto acontece quando estamos perante um nível tal de qualidade que se consegue a “simplicidade”. Não vou reduzir a uma frase, mas pouco mais acrescentarei.
Mikhail Bulgakov burilou um romance que nos remete para o género fantástico, já que nos conta a passagem do diabo pela Moscovo Soviética (intercalado com passagens em Jerusalém). No meio dos acontecimentos paranormais que satã e o seu séquito provocam na cidade percebemos uma mensagem ético-moral sobre o caráter humano, bem como uma fina ironia da burocrática, opressiva e detratora sociedade da altura. Há, no entanto, vitórias pela positiva: o longo e profundo arrependimento, bem como o amor arrebatador que faz tudo pela pessoa amada.
Se o conteúdo está lá, também a técnica é superior. O autor consegue agarrar o leitor e conduzi-lo numa leitura frenética e viciante até final, com uma consistência rítmica assinalável.
Naturalmente, este não é um espaço de crítica literária, apenas de sensações na ótica do leitor. Nesse aspeto, o que tenho a dizer é que adorei ler esta obra. É, sem dúvida, um grande romance, escolhido com todo o mérito para a coleção Mil Folhas, do jornal Público.