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2014 já deixou uma marca no meu percurso enófilo. Depois de 4 anos mais focado na caracterização dos vinhos que provava e nos primeiros passos na aprendizagem sobre este mundo imenso dos vinho (leituras, visitas, provas, conversas, etc...), este é o ano do arranque da harmonização.
Sou, essencialmente, consumidor de fim de semana e sempre à mesa. Até agora, utilizava as orientações genéricas (peixe-brancos, carne-tintos, etc...), mas não sou muito dado a seguir regras que não compreendo ou não consigo confirmar, logo, comecei a fazer os meus testes na procura das combinações vinho/comida que mais me agradam. Não estamos em fase de balanço, mas sim de arranque, portanto, ainda não é altura de aprofundar este aspeto.
A questão a sublinhar é que esta direção fez-me redescobrir as famosas notas organoléticas (essencialmente aromas). Famosas, porque polémicas, porque lemos descrições que mais parecem fruto da imaginação de quem as faz, do que perceções emanadas do nosso apaixonante néctar. Quando tiver 20 anos de provas, talvez me pronuncie sobre estas quase risíveis descrições. Na harmonização, a ligação entre sabores de vinho e comida é um dos aspetos mais importantes e, por esse motivo, a caracterização de um vinho mais cítrico ou mais especiado, mais intenso ou mais delicado, torna-se um fator importante na escolha para uma determinada refeição.
Descortinar mil e um aromas e sabores para brilhar num texto ou conversa é potencialmente vazio de interesse; mas a caracterização organolética e a definição de um perfil é, sem dúvida, um aspeto importante para quem tem sensibilidade para a harmonização vinho/comida.
Vinho | Terras de Monforte Escolha | |
Tipo / Ano | Tinto 2009 | |
Castas | ||
Região | Regional Alentejano | |
Produtor | Herdade do Perdigão | |
Opinião | Muito bom | |
Data Prova | Setembro 2014 | |
Preço |
Gostei muito deste vinho. De cor rubi, aroma bem marcado pela madeira, boca com corpo generoso, boa frescura, bem estruturado em taninos finos, mas presentes, que conferem secura. Aparecem algumas nuances de fruta madura e especiarias que acompanham até ao bom final. Está em boa forma e promete durar ainda uns bons anos.
Harmonização: o almoço seria uma carne guisada, com “acabamento” no forno. Um prato rico, com molho e sabores fortes. A espreitadela à garrafeira originou a opção por este vinho, já que o anunciado estágio de 18 meses em barrica apontava para um vinho potente e estruturado, à altura do prato. Felizmente correspondeu à expetativa e o diálogo com a comida foi harmonioso. Na batalha do palato não houve sobreposições nos sabores, ou seja, nenhum foi apagado pelo outro; nem tão pouco a junção destacou algum aspeto menos agradável. Em pouco tempo tive 2 boas experiências de vinhos potentes e estruturados com carnes acompanhadas por molhos ou ricas e dominantes no palato.
Como vou recordar este vinho: Um vinho muito bom, madeira a marcar um pouco, com uma harmonização bem conseguida. Fica na memória de 2014.
A edição 2014 da Feira de Vinhos do Dão aconteceu entre 05 e 07 setembro. Tive a felicidade de poder passar lá no sábado, dia em que a chuva ameaçava aparecer a todo o momento, mas não cumpriu a ameaça nas duas horas que lá estive. A viagem foi familiar, portanto, não podia esperar uma sessão muito prolongada; mesmo assim, devo ter visitado perto de uma dezena de produtores e valeu bem a deslocação.
A expetativa era muito clara, ia para o reino das castas Encruzado e Touriga Nacional, duas das minhas favoritas, portanto, tinha tudo para provar muitos vinhos do meu agrado. Não é objetivo deste post detalhar as provas, mas deixar o registo das principais reflexões.
Espaço: a praça junto ao município de Nelas é um espaço muito agradável, o acesso é fácil e estacionei relativamente perto. Na própria feira tudo está próximo, temos sombras, árvores e alguns bancos para quem se quiser sentar. Transmite uma sensação de conforto e bem estar muito positiva.
Produtores: vejo o Dão essencialmente como um conjunto de pequenos produtores, muitos dos quais sem dimensão para os grandes canais de distribuição. Esperava ver nomes desconhecidos e o portfolio completo de outros com distribuição parcial. Se os nomes desconhecidos abundaram, a segunda parte aconteceu de forma pontual, porque, naturalmente, os vinhos disponibilizados para prova são os que pretendem vender e partes do portfolio ficam nas prateleiras mais escondidas para dar a provar a alguns ilustres privilegiados (situação recorrente em certames do género).
Vinhos: encantei-me com a grande quantidade de varietais de Encruzado e a diversidade no perfil. Provei uns mais frescos, outros mais minerais, outros com barrica e outros mais fechados, muito interessante. No entanto, o encanto de beber um Encruzado coloca-a, sem qualquer dúvida, no top das castas brancas nacionais (a par com o Alvarinho). Em termos de gosto pessoal, vejo-a com grande potencial para vinhos estagiados em madeira, dadas as acidez, complexidade e estrutura que a casta oferece a quem a quiser trabalhar. Simplesmente maravilhado e rendido.
Nos tintos, senti alguma constância no perfil aromático, com variações mais notórias na intensidade. O que mais se destacou foi a distinção entre segmentos. Se a elegância é o traço forte do caráter da região, à medida que avançamos nas gamas dos vinho as perceções na boca mudam de forma notória. A estrutura de taninos é mais notória na gama média e nos topos de gama temos vinhos apaixonantes, encorpados, quase mastigáveis, com texturas aveludadas da perfeita ligação dos diversos componentes. Encontrei os esperados varietais de Touriga Nacional e uma boa surpresa: Alfrocheiro. Desta, provei alguns que se mostraram vinhos ricos e estruturados, embora menos exuberantes nos aromas face à sua vizinha. Esperava mais Jaen, mas acredito que não tenha ido ao sítios certos para esta casta. Em alternativa, podem ter optado por não os apresentar.
Um evento muito bom, num espaço agradável e com bons vinhos, portanto, quem não desejaria voltar? A dimensão média da feira permite visitar todos os produtores numa abordagem sistemática, tipo começar numa ponta e acabar noutra, embora seja aconselhável um dia inteiro para esse objetivo - mas é alcançável. Nos vinhos, prazer na prova e elegância é o que se deve destacar. E com essas características, como é possível não gostar dos vinhos do Dão? Não os colocar nas nossas preferências? Grande desafio para a região: fazer chegar os seus vinhos a outros locais, pelo menos, do país. Mesmo num país em que 40% dos vinhos vendidos sejam Alentejo.
Tudo começa por aqui, pelo menos para quem tem recursos financeiros limitados. Para a nossa existência ser viável, as receitas devem ser superiores às despesas; para se conseguir acumular, tem que sobrar.
Este livro tem mais impacto em quem não controla a sua vida financeira. De acordo com o autor e algumas personalidades que recomendam o livro, este grupo não é tão pequeno como isso. Nesse caso, torna-se importante lê-lo, porque apresenta muitas ideias que podem ajudar a equilibrar a vida financeira.
O livro divide-se em 3 partes principais: formas de poupança, como o dinheiro cresce sozinho e a educação financeira. Todas as partes têm interesse e, certamente, algo para nos dar. Pessoalmente, foi o capítulo sobre a educação financeira dos filhos que teve mais impacto. É algo que se faz de forma intuitiva, quando se gere a satisfação dos caprichos ou se explica o valor e a limitação do dinheiro, mas foi muito engraçado ver este tópico desenvolvido e sistematizado. Deu para confirmar que os meus pais me educaram muito bem (também) na questão financeira – e não precisaram de nenhum livro para isso. Também a organização sob a forma de orçamento despertou uma ideias para o futuro.
Não há muito mais a dizer sobre o livro. Em resumo: considero uma leitura útil, porque mesmo as pessoas mais sensibilizadas para o tema podem retirar ideias novas. Reforço que as menos controladoras sentirão muitas luzes a acender por dentro.
Vinho | The Lost Corner | |
Tipo / Ano | Tinto 2010 | |
Castas | ||
Região | Trás-os-Montes | |
Produtor | Maria Antónia Mascarenhas | |
Opinião | Muito bom | |
Data Prova | Agosto 14 | |
Preço | Cerca €15,00 |
Primeiro contacto com este The Lost Corner, gama acima do mais conhecido Valle Pradinhos. Rubi ainda com nuances violáceas, aroma intenso, perfil a lembrar o douro, com fruta e especiarias em destaque. Muito bem na boca, com bom corpo, boa estrutura de taninos finos e envolvidos e uma acidez impecável, que confere frescura e equilíbrio ao vinho. Muito gastronómico, tem tudo para ser um sucesso à mesa. Bebi-o com um perú no forno e a harmonização foi ótima: vinho e comida comunicaram bem na boca, sem sobreposições nem antagonismo. Na prova é um vinho entusiasmante, muito agradável nos sabores, fresco e sedutor. Bem conseguido, com preço adequado.
Como vou recordar este vinho: Vinho muito bom, acidez irrepreensível, com harmonização impecável. Preço ajustado para a boa qualidade apresentada. Um vinho que fica na memória.