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O verão está aí, portanto, os vinhos brancos entram na ordem do dia. O painel da edição de junho mostrou-nos brancos até €4,00 e vem confirmar o que já se leu várias vezes na RV: os brancos nacionais estão cada vez melhores. Se passarmos os olhos pelas páginas deste capítulo, os selos boa compra sucedem-se, prova da aposta na qualidade sem descurar a indispensável competitividade no preço para sobreviver aos tempo complicados que vivemos. Bons, acessíveis, tanto no preço como em locais de aquisição, há condições para um verão refrescado com os brancos de norte a sul do país.
José Bento dos Santos volta a referir-se às “descrições standardizadas do vinho”, de forma depreciativa, pela aplicabilidade dos epítetos a praticamente todos os vinhos. Na vertente gastronómica, diz que “está em causa encontrar um léxico que envolva sentimentos e que associe mais as texturas e os sabores em causa...”. É algo que me tem ocupado nos últimos tempos, mas no sentido de encontrar formas de expressão mais próximas de quem lê e não está familiarizado com a gíria das notas de prova tradicionais. Podemos preocupar-nos em conhecer e aplicar os termos dos especialistas para nos sentirmos integrados num grupo semi exclusivo ou então procurar formas de expressão acessíveis a muita gente e que resulte numa efetiva e inteligível divulgação do vinho. Começo a balançar para a segunda ideia.
Mais uma boa edição, coerente, com diversas peças de muito interesse. Numa analogia vínica, podemos dizer que a RV é como as vinhas velhas: confiável, com garantia de qualidade.
Alguns destaques:
- 2ªs marcas, gostei, porque sim. Como consumidor sou adepto fervoroso das gamas intermédias, que conseguem ótimas performances de qualidade e prazer na degustação por bastante menos €. Nem todos os topos merecem o diferencial de preço. Mas quem manda é o mercado, não é verdade? E a vaidade... E o glamour...;
- Redoma, cada vez gosto mais de vinhos com alguns anos, especialmente pela elegância, portanto estas verticais deixam-me com água na boca;
- Verdelho e Viognier, peça muito bem construída, com boa articulação entre história, vinha e caráter que as castas atribuem aos vinhos.
- Vintages Symington e Sogrape, 2011 foi um grande ano no Douro e o expoente máximo está a chegar ao mercado: grandes Portos Vintage.
Extra painel, anotei mais 9 sugestões de compra. Essencialmente, boa relação qualidade/preço.
Vinho | Castas d'Ervideira Antão Vaz | |
Tipo / Ano | Branco 2012 | |
Castas | Antão Vaz | |
Região | Alentejo | |
Produtor | Ervideira Soc. Agrícola | |
Aspecto | Citrino fechado | |
Nariz | Tropical, boa concentração | |
Boca | Entra suave. Podemos apreciar de seguida um corpo médio, frescura interessante. Sente-se ligeira acidez, até ao final médio, algo docinho. | |
Opinião | Bom | |
Data Prova | Junho 2013 | |
Preço | €6,00 com a Revista Vinhos | |
Prova RV | Apresentado aqui em primeira mão, o vinho revela bem as características da casta, num estilo intenso, lembrando manga, ananás, banana, num fundo floral bastante atractivo. Bem encorpado, cremoso, é um vinho envolvente, sedutor, equilibrado, um belo exemplo de Antão Vaz. |
O calor estava a níveis pouco habituais para o litoral norte e um branco era o que os sentidos pediam. Hora, portanto, de provar este Antão Vaz e perceber melhor a casta. Temos frutos tropicais em abundância, um corpo interessante e boa companhia à mesa. Não posso dizer que fiquei rendido, mas soube muito bem num sábado de temperatura exterior a rondar os 30º.
Vinho | Castello d'Alba Reserva | |
Tipo / Ano | Branco 2011 | |
Castas | Viosinho, Códega Larinho, Rabigato | |
Região | Douro | |
Produtor | VDS Vinho Douro Superior | |
Aspecto | Citrino concentrado | |
Nariz | Complexo, exuberante, fruta e madeira | |
Boca | Entra suave e fresco. Na boca sentimos um vinho encorpado, volumoso e com boa frescura. Um toque de acidez equilibra a intensidade da barrica. Concentrado, termina bem, com persistência via acidez. | |
Opinião | Muito bom | |
Data Prova | junho 2013 | |
Preço | €5,00 Continente |
Um vinho muito interessante, com a passagem por madeira a deixar marca generosa. Ganha muita complexidade e a acidez do Douro mantém-no fresco. Esteve muito bem num dia de calor intenso a acompanhar um coelho. Gostei e caso o volte a encontrar tenho um lugar reservado para na garrafeira, para repousar 2 ou 3 anos. Parece-me que tem boas características para evoluir bem. É muito difícil encontrar um vinho branco com barrica a este preço, pelo que está bem competitivo.
Vinho | Quinta das Bageiras Reserva | |
Tipo / Ano | Tinto 2007 | |
Castas | Baga (60%), Touriga Nacional (40%) | |
Região | Bairrada | |
Produtor | Mário Sérgio Alves Nuno | |
Aspecto | Rubi | |
Nariz | Especiado, nuances terra | |
Boca | O ataque é suave. Mostra bom corpo, taninos redondos, boa frescura. O caráter Bairradino mostra-se na secura de uma ligeira acidez volátil. Final longo, com boa persistência, seco e suave. | |
Opinião | Muito bom | |
Data Prova | junho 2013 | |
Preço | €9,15, Garrafeira Vinho e Prazeres |
2007 mostra mais um bom vinho. Logo nos aromas a Baga mostra a sua presença, mas está muito bem acompanhada pela Touriga Nacional, que suaviza a exuberância da primeira. Já aparece suave, polido e bem seco, a pedir comida a acompanhar e pronto para grandes pratos da gastronomia nacional (leitão, cabidela, borrego, feijoada ou, como foi o caso, o cabrito do S. João). Um belo vinho, que deu imenso prazer beber a todos os convivas. Gostei muito e recomendo. Mais um belo exemplar da Bairrada e de um dos melhores produtores, a mostrar que quem se agarrar a preconceitos tem algo a perder.