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Vinho | Herdade do Rocim | |
Tipo / Ano | Tinto 2009 | |
Castas | Syrah, Touriga Nacional, Aragonez, Trincadeira e Alicante Bouschet | |
Região | Regional Alentejano | |
Produtor | Herdade do Rocim | |
Aspecto | Rubi | |
Nariz | Frutado, floral, especiado, boa intensidade | |
Boca | Entra leve, antes de confirmar um corpo mediano de textura suave. A acidez controlada dá-lhe boa frescura e os taninos pouco presentes leveza e polimento. Termina saboroso, elegante, médio e consensual. | |
Opinião | Muito bom | |
Data Prova | Dezembro 2012 | |
Preço | €8,23, Garrafeira Vinhos e Prazeres |
O mercado tem muito poder e no copo caiu mais um vinho sumarento, suave, saboroso. Mas este Rocim posiciona-se num segmento alto e mostra o motivo. Neste vinho santimos as castas, o floral da Touriga e a especiaria do Alicante Bouschet e a boca confirma a qualidade das uvas. Não vira as costas ao mercado, mas com qualidade. Gostei, muito bom.
Vinho | Cabriz Encruzado | |
Tipo / Ano | Branco 2011 | |
Castas | Encruzado | |
Região | Dão | |
Produtor | Dão Sul | |
Aspecto | Amarelo palha | |
Nariz | Fruta branca, nuances madeira | |
Boca | Entra suave e fresco. Sentimos a textura bem suave, quase cremosa, algum volume de corpo e boa acidez. O final é longo, de persistência média, saboroso e elegante. | |
Opinião | Muito bom | |
Data Prova | Dezembro 2012 | |
Preço | €6,60 Garrafeira Nacional |
Depois de provar o 2010 não podia deixar de acompanhar o 2011. Reconheçamos, é mais um boa opção que a marca Cabriz coloca no mercado, reforçada pelo facto de passar 6 meses em barricas de carvalho francês. Por menos de €7,00 bebemos um belo vinho, suave, fresco, saboroso, pronto a agradar e proporcionar momentos muito agradáveis. Recomendo, embora não seja muito facil de encontrar.
Em 2012, tive oportunidade de beber dois vinhos varietais de arinto com origem em Bucelas e fementação e estágio em madeira: Quinta do Boição Reserva 2010 e Morgado Sta. Catherina Reserva 2010 – não tenho fichas técnicas, portanto, não posso detalhar eventuais diferenças de vinificação. Gostei muito de ambos os vinhos e a casta mostrou-se muito bem nestas versões; claro que o trabalho das equipas de viticultura e enologia teve papel fundamental. A frescura mantém-se bem elevada, no entanto, a textura é suave, o que torna o vinho mais sedoso e agradável na boca, bem como parece suavizar o final. Ainda encontrei um quiosque com um Quinta do Boição Reserva (saiu com a RV há uns meses), que irá descansar uns 2/3 anos, altura em que espero poder avaliar 2 expectativas: bouquet (os aromas pareciam em fase de ligação) e textura (reforçar a cremosidade).
Pelos escritos que li sobre a matéria, as castas brancas nacionais com longevidade mais reconhecida são alvarinho e encruzado, no entanto, a acidez da casta arinto faz-me apostar (embora 3 anos não sejam nada...). De notar que, para os lados da Bairrada, a família Pato está a lançar a Bical como casta resistente à passagem do tempo. Por enquanto, o melhor é saborear a frescura das casta branca mais transversal do país; quanto ao resto, esperar...
Vinho | Morgado Santa Catherina Reserva | |
Tipo / Ano | Branco 2010 | |
Castas | Arinto | |
Região | Bucelas | |
Produtor | Companhia das Quintas | |
Aspecto | Amarelo citrino fechado | |
Nariz | Fumados, ananás maduro | |
Boca | O ataque é fresco, mas no meio de boca a textura é suave, com a acidez bem ligada ao corpo médio. O final médio mantém o perfil do nariz e a frescura que se espera da casta. Equilibrado, tem madeira bem trabalhada, que não ofusca a fruta. | |
Opinião | Muito bom | |
Data Prova | Novembro 2012 | |
Preço | €9,50, Garrafeira do Jofre |
Este vinho foi produzido em Bucelas, na Quinta da Romeira, propriedade com 70 hectares de vinha contínua de Arinto, plantada a partir de 1988.
Depois da Quinta do Boição, temos outro varietal de arinto com estágio em madeira. Ambos belos vinhos, em que a barrica contribui para a riqueza de sabores sem esconder a características da casta. Este Morgado está muito bom, a prova é muito prazerosa e indicia longevidade.
Vinho | Munda Encruzado | |
Tipo / Ano | Branco 2010 | |
Castas | Encruzado | |
Região | Dão | |
Produtor | Fontes da Cunha | |
Aspecto | Amarelo citrino, fechado | |
Nariz | Complexo, com fruta, fumados e mineral | |
Boca | O ataque é muito fresco. Na boca percebemos um corpo médio, cuja acidez bem ligada começa a suavizar a textura. Termina médio, com acidez persistente, madeira bem integrada e ligeiro amargo. | |
Opinião | Muito bom | |
Data Prova | Novembro 2012 | |
Preço | €11,50, Garrafeira Tio Pepe |
Este vinho foi produzido a partir dos 20 hectares de vinha da Quinta do Modego, localizada em caldas de Felgueira, Nelas, sub-região Terras de Senhorim, bem perto do rio com o mesmo nome. Como curiosidade, note-se que Munda era o nome dado pelos romanos ao rio Mondego.
A casta Encruzado está a fazer o seu caminho e merece o reconhecimento que está a recolher. Esta versão com fermentação e estágio em madeira mantém grande frescura na boca, ao mesmo tempo que as nuances aromáticas mostram carácter. Um vinho muito bom, que pede comida. Relação qualidade/preço equilibrada.
Vinho | Plansel Selecta | |
Tipo / Ano | Tinto 2009 | |
Castas | Touriga Nacional, Trincadeira, Aragonez | |
Região | Regional Alentejano | |
Produtor | Quinta de Plansel | |
Aspecto | Rubi | |
Nariz | Frutos vermelhos, floral | |
Boca | Entra leve e suave na boca, anunciando um vinhos fácil. No meio de boca a textura mostra-se suave, o perfil é magro e sumarento, apenas a acidez confere frescura e o toque tipo agulha. Termina médio, elegante e fluido. | |
Opinião | Bom | |
Data Prova | Novembro 2012 | |
Preço | €4,10, Garrafeira Vinhos e Prazeres |
A Quinta de Plansel localiza-se em Montemo-o-Novo, a cerca de 100 km's de Lisboa, enquadrável na sub-região de Évora. A plantação de vinhas teve início em 1993, para uma área de 60 hectares, dos quais 50 para castas tintas.
Um vinho muito fácil, leve, frutado, versátil e consensual. Apenas necessita de respirar uma meia-hora para se assemelhar a um suminho. Gostei, é agradável e uma boa opção para um consumo descontraído, como uma mesa cheia de convivas a actualizar as conversas em atraso. Relação qualidade/preço equilibrada.
Vinho | Casa de Arrabalde | |
Tipo / Ano | Branco 2011 | |
Castas | Alvarinho, Avesso, Arinto | |
Região | Vinhos Verdes | |
Produtor | A & D Serviços e Investimentos | |
Aspecto | Amarelo palha | |
Nariz | Fruta branca, ligeiro mineral | |
Boca | Entra bem fresco. Na boca sentimos o corpo médio e uma acidez bem integrada. O final médio tem alguma persistência via acidez. | |
Opinião | Bom | |
Data Prova | Novembro 2012 | |
Preço | €6,50, Garrafeira do Jofre |
Um vinho muito agradável, bem fresco e com identidade. Mostra a frescura da região, mas tem mais volume de boca (3 meses em borras finas terá ajudado, certamente). Está claramente acima dos brancos entrada de gama, mas sem perder o melhor do ADN dos Vinhos Verdes. Um bom exemplo de evolução na elaboração de vinhos nesta zona do país.
Quando lemos Vale da Vilariça (neste caso Adeganha, Concelho Torre de Moncorvo, sub-região Douro Superior) pensamos em localização de excelência no Douro e a expectativa sobe. Neste caso, tratando-se de um vinho apostado na elegância, a extracção e optimização do terroir não terão sido uma prioridade. Temos um vinho consensual, amigável, fácil de beber e gostar. Leve e fresco, tem versatilidade à mesa, entre tapas e pratos mais elaborados. Gostei, sem deslumbrar.
A Wine de Outubro destacou-se por conteúdos de dimensão acima da média. Um deles mereceu destaque de capa: a francesinha. Não sou especial apreciador do petisco, mas o roteiro e as histórias da peça foram muito interessantes de acompanhar. Curioso o destaque para um blogue de vinhos nacional, o primeiro desde que compro a revista, que também mereceu atenção especial na blogosfera: copo de salto alto. Parabéns à Carla Reis e aos bloggers de vinhos, que aos poucos ganham espaço neste pequeno mundo e já aparecem em eventos e imprensa profissionais.
Em mais uma edição interessante destacaram-se:
- Aprenda com o Master, desta vez, João Pires leva-nos até à Eslovénia e à Croácia. Muito interessante;
- Vindimas com Pedro Batista, em plena época alta, o enólogo reponsável por vinhos como Pèra Manca, Cartuxa ou Poliphonia permitiu a companhia da revista e uma bela reportagem;
- Malhadinha, projecto global de produção e enoturismo, em Albernoa, num Alentejo com muita água, cresce e afirma-se cada ano que passa.
Sugestões de compra: 6.
Vinho | Casas Brancas Reserva | |
Tipo / Ano | Tinto 2009 | |
Castas | Syrah, Trincadeira, Aragonez, Alicante Bouschet | |
Região | Regional Alentejano | |
Produtor | Parras Vinhos | |
Aspecto | Rubi brilhante, nuances violáceas | |
Nariz | Frutado, especiado | |
Boca | O ataque é leve e fresco. No meio de boca mantém boa frescura, corpo leve, muito amigável, com taninos redondos. O final seco e saboroso segue o perfil do nariz, com madeira bem integrada, suavidade e alguma persistência via acidez | |
Opinião | Muito Bom | |
Data Prova | Novembro 2012 | |
Preço | €6,00 com a Revista Vinhos | |
Prova RV | Produzido na região de Estremoz, a partir das Syrah, Trincadeira, Aragonês e Alicante Bouschet, o vinho apresenta-se concentrado na cor e aroma, com notas de fruta em compota a par de nuaces florais. A tosta da madeira envolve a fruta sem se sobrepor e o vinho resulta amplo, denso, com garra. Acompanha um bom assado. |
Um vinho apelativo na cor brilhante, que se mantém muito agradável na boca amigável, fresca e leve. Pede comida e companhia para boa conversa, mesmo que apenas umas tapas. Muito bom, gostei. Mais uma sugestão interessante da RV.
Na miríade de conteúdos sobre vinho, em diversos formatos e plataformas, encontramos amiúde a análise da muito subjectiva questão da relação entre a qualidade de um néctar e o preço a que é disponibilizado ao consumidor final. Encontramos o conceito expresso sob duas expressões: qualidade/preço e preço/qualidade. Qual será a mais correcta?
Eu prefiro a expressão qualidade/preço. Porquê? Abordagem matemática. Se estamos a analisar uma relação ou proporção, parece-me correcto utilizar a lógica da divisão. Dado que valorizamos os vinhos com mais qualidade (para o mesmo preço) e com menor preço (para a mesma qualidade), faz sentido colocar a quantidade no numerador e o preço no denomidador. Quanto maior a qualidade, maior o rácio; e quanto menor o preço, maior o rácio. Ficaria, então, qualidade/preço.
Claro que pode ser uma questão de somenos e, em termos de comunicação, ambas as formas são eficazes, porque toda gente sabe o que se quer dizer; mas não deixou de despertar esta reflexão (certa ou errada). Ou perda de tempo, conforme as opiniões...
Por vezes aparecem uma garrafas diferentes. Um garrafa de uma marca que não se vê nas prateleiras entrou num saco de uma visita e a sua hora acabou por chegar num almoço de aniversário. Provar estes vinhos implica mudar de chip. Não esperemos a vida e a intensidade dos vinhos novos, antes a suavidade e elegância da maturidade. Este tinha-as e como agradou...
No modelo capitalista, o mercado é o que faz a economia funcionar. O mercado tem necessidades e a respectiva satisfação origina oportunidades de negócio para espíritos empreendedores. O comportamento do mercado mostra a força da maioria, o que implica consequências eventualmente complicadas para as minorias.
No sector do vinho, vivemos uma fase em que o consumidor valoriza as novidade e juventude, bem como perfil elegante e frutado. Um vinho com alguma idade origina desconfiança e sobrolhos franzidos. Os retalhistas nem sempre vendem todo o seu stock e ficam com vinhos nas prateleiras a que os consumidores hesitam em lançar mão. Por outro lado, também o vendedor fica com dúvidas sobre o estado do próprio vinho, particularmente em gamas mais baixas (como é o caso).
Foi assim que surgiu o desafio de avaliarmos 4 vinhos com alguns anos (não muitos, colheitas entre 2003 e 2006) e que geraram as dúvidas acima escritas no proprietário de uma garrafeira. Vejamos o resultado:
- Quinta dos Picões 2005: o vinho mantém-se em boa forma. Estava sedoso, o tempo limou todas as arestas, mas em compensação temos um corpo fluido. Com alguma acidez a dar frescura, bebe-se com prazer, ainda com alguma fruta madura a mostrar-se. Vinho a consumir de imediato;
- Quinta do Cardo 2003: era o vinho com marca mais sonante, mas com mais 2 anos de vida. Estava com boa cor, já com algumas nuances alaranjadas, e aromas agradáveis. O corpo ainda mediano mostrava que o vinho, quando elaborado, teria uma estrutura interessante. Apenas faltava o final, que acabou por mostrar um amargor (acidez volátil, presumo) que comprometia o prazer global;
- Lysias 2006: era o vinho mais jovem. Bem na cor rubi e nos aromas ainda com alguma fruta. Na boca, a frescura estava no limite, o corpo fluido e o amargor final repetiu-se, pelo que a vivacidade era muito pouca e já não proporcionava o prazer que se pretende de um vinho;
- Ajuda 2005: repete-se o ano e o resultado: em boa forma, foi o que melhor resistiu à passagem do tempo. Decantado ou com 30 – 45 min de abertura antecipada temos um vinho suave, frutado e amigável. Comprei nova garrafa e portou-se muito bem com as castanhas de S. Martinho. A consumir de imediato, embora ainda possa aguentar mais algum tempo.
Foi uma experiência que me deu muito gozo e muito pedagógica. Também é muito engraçado ver como o que encontramos em alguns vinhos recentes (leve, frutado, consensual) e valorizado pelo dito mercado também pode aparecer em vinhos mais evoluídos. Podemos ter o mercado a excluir-se de algo que valoriza - isto não é totalmente verdade, mas pode acontecer facilmente e é uma ironia interessante.